Um documento confidencial da ONU, que caiu nas mãos de repórteres do jornal inglês The Guardian, mostra que, levando-se em conta tudo o que foi prometido em termos de redução de emissões de CO2 pelos países que se reuniram em Copenhague, a temperatura média da Terra estaria em torno de 3ºC mais alta no fim desse século. Esse aumento, segundo os cientistas, teria consequências devastadoras para a vida no planeta.
“A não ser que os países se comprometam com ações mais ousadas antes e logo depois de 2020, as emissões globais vão atingir seu pico depois do que deveriam e colocar o mundo na direção de um futuro insustentável”, conclui o documento da ONU.
Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), esse aumento de 3ºC significa:
- Mais enchentes e tempestades;
- Aumento do risco de extinção para 30% das espécies do planeta;
- Alterações em ecossistemas;
- Aumento da mortalidade de corais;
- Tendência a queda de produtividade de grãos em certas partes do planeta;
- Vetores de doenças podem mudar de local e atingir áreas onde não ocorriam.
O documento da ONU, na verdade uma análise preliminar do que significam em termos reais as propostas de redução que estão na mesa de negociações em Copenhague, comprova que os governos, principalmente dos países desenvolvidos, não estão fazendo tudo o que devem para cumprir a promessa de manter o aumento médio da temperatura global abaixo dos 2ºC. Esse é um Climagate real, não um factóide.
O texto também sinaliza que as últimas 24 horas de conversas na capital dinamarquesa serão fundamentais para evitar que a COP 15 acabe em fracasso. “Este é o pedaço de papel mais importante no mundo hoje”, disse Kumi Naidoo, diretor executivo internacional do Greenpeace. “Ele mostra de forma contundente que o acordo do clima que está sendo costurado em Copenhague colocaria em risco a viabilidade da nossa civilização. Um aumento de 3ºC significa devastação na África e o possível colapso de ecossistemas do qual dependem bilhões de humanos.”
Naidoo lembra que esse documento deveria servir de alerta para os líderes mundiais. “Eles têm um dia apenas para reverter esse quadro, sob o risco de serem lembrados para sempre como as pessoas que enviaram o mundo rumo aos caos”, afirmou. Segundo os autores do estudo da ONU, finalizado às pressas no início da madrugada da última quarta-feira, seu objetivo era medir preliminarmente o efeito agregado das propostas de redução até 2020 e avaliar qual o impacto que elas poderiam ter daí para a frente.
A recomendação da ciência é que, para evitar a debate climática, o pico de emissões de CO2 deve acontecer entre os anos de 2015 e 2020 para, a partir daí, ir baixando até chegar a 50% menos, em 2050, em relação aos níveis atuais. Mesmo que os países consigam cumprir suas reduções no limite mais alto de suas propostas, ainda assim isso deixaria o mundo perigosamente próximo de uma catástrofe climática no fim deste século.
fonte: Greenpeace.org
12/2009
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Sustentabilidade - O que significa isso?
Sustentável isso, sustentável aquilo... todos estão se esforçando para dizer que são sustentáveis - Ok, mas o que isso realmente significa?
Estamos solidários com a definição original de desenvolvimento sustentável:
"O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades"
Gro Harlem Brundtland, o primeiro-ministro da Noruega, e autor de "Nosso Futuro Comum", disse isto em 1987.
Eh muito impressionante? Mas como podemos traduzir isso para ações práticas?
Bem, precisamos trabalhar no sentido de uma economia global que:
• cria um valor muito baixo de emissões de carbono
• reconhece e usa responsavelmente os recursos finitos do nosso planeta
• auxilia a distribuição adequada das riquezas a fim de minimizar a pobreza
• desenvolve produtos e serviços que adicionam emocional e bem-estar físico
Fácil, fácil então ...
O que estamos fazendo sobre isso?
fonte: http://www.virgin.com/people-and-planet/our-green-vision/let-s-make-money-like-there-is-a-tomorrow
Estamos solidários com a definição original de desenvolvimento sustentável:
"O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades"
Gro Harlem Brundtland, o primeiro-ministro da Noruega, e autor de "Nosso Futuro Comum", disse isto em 1987.
Eh muito impressionante? Mas como podemos traduzir isso para ações práticas?
Bem, precisamos trabalhar no sentido de uma economia global que:
• cria um valor muito baixo de emissões de carbono
• reconhece e usa responsavelmente os recursos finitos do nosso planeta
• auxilia a distribuição adequada das riquezas a fim de minimizar a pobreza
• desenvolve produtos e serviços que adicionam emocional e bem-estar físico
Fácil, fácil então ...
O que estamos fazendo sobre isso?
fonte: http://www.virgin.com/people-and-planet/our-green-vision/let-s-make-money-like-there-is-a-tomorrow
Líderes do mundo fracassam na COP15
Os líderes mundiais mostraram hoje sua incapacidade de colocar seus interesses particulares – especialmente econômicos – acima das necessidades da humanidade. As milhões de pessoas que dependiam de uma decisão ambiciosa que de fato controlasse o aquecimento global foram abandonados à sua própria sorte.
Os 120 chefes de Estado reunidos em Copenhague, na COP15, falharam. Eles colocaram suas prioridades domésticas acima de um compromisso global. E quem vai pagar mais caro são justamente os mais pobres e vulneráveis. “O acordo não é justo, ambicioso, nem legalmente vinculante. Os líderes falharam em evitar o caos climático. Este ano o mundo enfrentou uma série de crises e com certeza a maior delas é a crise de liderança”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil.
Os chefes de Estado abandonaram a COP15 sem declarações públicas e, principalmente, sem cumprir seu mais essencial objetivo: evitar os efeitos perigosos das mudanças climáticas. Um “acordo de Copenhague”, costurado por 30 dos quase 200 países que integram a Convenção do Clima, é fraco e não representa nem um começo do que é necessário para controlar as alterações no planeta. Muitos países da América Latina, da África e pequenas ilhas se recusaram a se associar ao texto, em uma clara demonstração de repúdio.
O tal “acordo” determina que os esforços devem ser feitos para manter o aumento da temperatura em menos de 2°C e coloca algum dinheiro na mesa para começar a ajudar os países mais pobres a se adaptarem ao aquecimento global. Mas falha em seu cerne, ao não determinar uma meta ambiciosa de corte das emissões de gases-estufa. Sem isso, qualquer esforço de adaptação é insuficiente.
O presidente americano Barack Obama afirmou ontem, depois de abandonar a conferência, que o acordo de Copenhague representava a esperança de uma conclusão feliz de negociações que estão apenas começando. Afinal, segundo ele, conseguir um acordo com valor legal é “difícil” e toma tempo.
A questão é que o aquecimento global não espera as vontades e as dificuldades enfrentadas pelos políticos. A justificativa não convence suas vítimas. Longe dos corredores acarpetados de Copenhague, Washington, Genebra, Pequim e Brasília, as populações mais vulneráveis do planeta vão sofrer pela inação desse grupo.
“A cidade de Copenhague foi palco de um crime, com os culpados correndo para o aeroporto perseguidos pela vergonha”, afirma Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace International. “Presidentes e primeiros-ministros tiveram uma chance de uma em um milhão de mudar o mundo para sempre e impedir que o clima entre em colapso. Produziram apenas um entendimento cheio de omissões.”
Um acordo com força de lei, justo e ambicioso precisa ser fechado para controlar as mudanças climáticas. Os países desenvolvidos, que têm a maior responsabilidade, precisam cortar em 40% as emissões de gases-estufa em relação a 1990 até 2020. Os países emergentes também precisam fazer mais, com redução da taxa de crescimento de suas emissões. É preciso zerar o desmatamento das florestas tropicais e criar um mecanismo que financie ações de adaptação e mitigação nos países pobres. Sem nada disso, o mundo sai da COP15 deixando o presente e o futuro da humanidade em perigo.
A sociedade cobrou com propriedade a ida de seus presidentes para lá, para que assumissem posições corajosas. Eles foram, mas cumpriram apenas metade de seu papel. “A ideia de pressionar para que os líderes viessem para cá era justamente criar as condições para que houvesse uma decisão. Decidiram não decidir”, diz Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Eles deveriam ter vindo para cá com uma perspectiva global. Chegaram com os dois olhos virados para seus próprios quintais. Copenhague era o momento de ser ousado, de ter visão global. Comportaram-se como provincianos.”
A reunião de cúpula terminou da mesma maneira que começou, sem metas ambiciosas de corte de emissão, sem recursos financeiros para longo prazo e sem um texto consensual, com força de lei, que assegure seu cumprimento junto à comunidade internacional. “Temos de seguir em frente. Não apenas com marchas nas ruas, mas engajando o setor privado, o movimento social e os governos locais para transformar nossa comunidade e criar mais pressão política nos nossos governantes”, diz Furtado. “Afinal não podemos mudar a ciência, mas podemos mudar os políticos.”
fonte: Greenpeace.org
12/2009
Os 120 chefes de Estado reunidos em Copenhague, na COP15, falharam. Eles colocaram suas prioridades domésticas acima de um compromisso global. E quem vai pagar mais caro são justamente os mais pobres e vulneráveis. “O acordo não é justo, ambicioso, nem legalmente vinculante. Os líderes falharam em evitar o caos climático. Este ano o mundo enfrentou uma série de crises e com certeza a maior delas é a crise de liderança”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil.
Os chefes de Estado abandonaram a COP15 sem declarações públicas e, principalmente, sem cumprir seu mais essencial objetivo: evitar os efeitos perigosos das mudanças climáticas. Um “acordo de Copenhague”, costurado por 30 dos quase 200 países que integram a Convenção do Clima, é fraco e não representa nem um começo do que é necessário para controlar as alterações no planeta. Muitos países da América Latina, da África e pequenas ilhas se recusaram a se associar ao texto, em uma clara demonstração de repúdio.
O tal “acordo” determina que os esforços devem ser feitos para manter o aumento da temperatura em menos de 2°C e coloca algum dinheiro na mesa para começar a ajudar os países mais pobres a se adaptarem ao aquecimento global. Mas falha em seu cerne, ao não determinar uma meta ambiciosa de corte das emissões de gases-estufa. Sem isso, qualquer esforço de adaptação é insuficiente.
O presidente americano Barack Obama afirmou ontem, depois de abandonar a conferência, que o acordo de Copenhague representava a esperança de uma conclusão feliz de negociações que estão apenas começando. Afinal, segundo ele, conseguir um acordo com valor legal é “difícil” e toma tempo.
A questão é que o aquecimento global não espera as vontades e as dificuldades enfrentadas pelos políticos. A justificativa não convence suas vítimas. Longe dos corredores acarpetados de Copenhague, Washington, Genebra, Pequim e Brasília, as populações mais vulneráveis do planeta vão sofrer pela inação desse grupo.
“A cidade de Copenhague foi palco de um crime, com os culpados correndo para o aeroporto perseguidos pela vergonha”, afirma Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace International. “Presidentes e primeiros-ministros tiveram uma chance de uma em um milhão de mudar o mundo para sempre e impedir que o clima entre em colapso. Produziram apenas um entendimento cheio de omissões.”
Um acordo com força de lei, justo e ambicioso precisa ser fechado para controlar as mudanças climáticas. Os países desenvolvidos, que têm a maior responsabilidade, precisam cortar em 40% as emissões de gases-estufa em relação a 1990 até 2020. Os países emergentes também precisam fazer mais, com redução da taxa de crescimento de suas emissões. É preciso zerar o desmatamento das florestas tropicais e criar um mecanismo que financie ações de adaptação e mitigação nos países pobres. Sem nada disso, o mundo sai da COP15 deixando o presente e o futuro da humanidade em perigo.
A sociedade cobrou com propriedade a ida de seus presidentes para lá, para que assumissem posições corajosas. Eles foram, mas cumpriram apenas metade de seu papel. “A ideia de pressionar para que os líderes viessem para cá era justamente criar as condições para que houvesse uma decisão. Decidiram não decidir”, diz Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Eles deveriam ter vindo para cá com uma perspectiva global. Chegaram com os dois olhos virados para seus próprios quintais. Copenhague era o momento de ser ousado, de ter visão global. Comportaram-se como provincianos.”
A reunião de cúpula terminou da mesma maneira que começou, sem metas ambiciosas de corte de emissão, sem recursos financeiros para longo prazo e sem um texto consensual, com força de lei, que assegure seu cumprimento junto à comunidade internacional. “Temos de seguir em frente. Não apenas com marchas nas ruas, mas engajando o setor privado, o movimento social e os governos locais para transformar nossa comunidade e criar mais pressão política nos nossos governantes”, diz Furtado. “Afinal não podemos mudar a ciência, mas podemos mudar os políticos.”
fonte: Greenpeace.org
12/2009
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