Permacultura é um termo de conduta que não é muito divulgado, porém engloba aspectos interessantes da sustentabilidade dentro de nosso comportamento, independente de fins comerciais.
Em 1974, Bill Mollison, um cientista australiano, através da observação atenta da natureza onde tudo que está dentro dela faz sentido e está conectado, assim como o mundo que nos envolve, desenvolveu uma estrutura de trabalho para um sistema de agricultura sustentável, baseado na policultura de árvores perenes, arbustos, ervas, fungos e tubérculos, para o qual criou a palavra Permacultura.
O melhor meio de entender a permacultura é através da prática, das ações permaculturais, por exemplo: nas escolas africanas o alimento está sendo produzido onde antes só havia pó; na Austrália muitas escolas estão formando oásis abundantes de alimentos para serem consumidos no lanche; em Cuba o governo tem recolhido lixo orgânico nas casas e devolvido terra de primeira qualidade para quem quer ter uma horta no quintal e no Brasil no Ecocentro IPEC, em Pirenópolis, Goiás, as fezes humanas viram adubo para as plantas e a água consumida vem da chuva: tudo isso é permacultura.
O melhor da permacultura é que ela não contempla somente as propriedades rurais mais toda a sociedade, podendo assim ser aplicada desde dentro de um apartamento na Avenida Paulista em São Paulo como em regiões remotas da Amazônia. E diferentemente da sustentabilidade que visa o equilíbrio social, econômico e ambiental, a Permacultura tem como principal enfoque o equilíbrio ambiental e social, o fator econômico é apenas conseqüência deste equilíbrio e não um de seus pilares principais.
Enfim são um conjunto de ações conscientes que barram a relação de consumismo do homem com os recursos naturais do mundo e criam um ciclo saudável. Reciclar é um bom exemplo de como ser um permacultor.
Dentro da permacultura os produtos orgânicos devem ser compostados corretamente e retornados a terra, porque eles enriquecem o solo e ajudam a aumentar a produção. Outros produtos podem ser reaproveitados como latas, potes e garrafas, por exemplo, servindo para guardar alimentos, virar vasos e até luminárias; garrafas pet se transformam em vassouras, enfim tudo pode ser reaproveitado desde que se tenha vontade e consciência de que jogamos fora muita coisa útil. Transformar o jardim seco e triste da pracinha enfrente a sua casa em uma área arborizada, também é permacultura.
A permacultura nos traz de volta velhos conceitos, que há muito tempo vem sendo esquecidos por nossa atual sociedade consumista.
Se conseguimos reaproveitar até dejetos humanos, imagine só o que não podemos fazer para ajudar nosso planeta?
Devemos parar de desperdiçar nossos recursos naturais porque eles são sim, em sua maioria, não renováveis.
A maneira mais fácil de conseguirmos mudar nossa realidade é através da educação de nossas crianças e adultos, que como dito por Geraldo Stachetti, pesquisador da EMBRAPA: “...é mais fácil começar pelas pessoas que pelas árvores.”
Texto: Alcides Pedro de Souza Júnior.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
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